Na
época em que era proibido que negros compartilhassem espaços com
brancos, essa estudante deu o primeiro passo para a escola multirracial
Desde a abolição da escravidão, no século XIX, os EUA possuem um
problema relativo à questão racial. Assim como foi na África do Sul e
quase aconteceu no Brasil, os EUA possuíam um sistema legal estruturado
que obrigava a separação de espaços para pessoas brancas, nos centros
urbanos, e negros, nas periferias.
As praças eram destinadas para grupos específicos, baseados em cor. Os
bebedouros eram separados. Havia delimitações policiais dentro dos
ônibus para a segregação. E as escolas não eram diferentes: havia
escolas para pessoas brancas e escolas para pessoas negras (normalmente,
de pior qualidade). O regime de segregação racial, ou apartheid, era
uma política oficial de estado e começou a ser abertamente questionado
pelos movimentos de direitos civis nos anos 1950 e 1960.
Um dos
primeiros casos de tentativas oficiais de mudar o sistema
segregacionista foi implantado no estado da Louisiana: foi arquitetado
um projeto do governo federal de entrada de alunos negros nas escolas de
educação infantil, numa tentativa de acabar com a segregação na
educação. Houve uma primeira tentativa, que tinha que lidar não somente
com a estrutura legal da segregação, mas também com a resistência das
pessoas que, interiorizado o racismo e a defesa da segregação, se
negavam a aceitar o projeto de integração entre pessoas brancas e
negras.
Os ônibus tinham separações e o fundo era reservado aos negros
A primeira tentativa deste projeto ficou a cargo da pequena Ruby
Bridges, uma garota negra de 6 anos de idade e que foi a primeira
criança negra dos EUA a estudar oficialmente em uma escola destinada a
crianças brancas.
Ruby, então, se dirigiu à escola William Frantz, em Nova Orleans, no dia
14 de novembro de 1960. É claro que o projeto e a participação de Ruby
exigiu uma coragem destacada, pois sua própria vida e a integridade
física estavam em risco com a situação, que poderia se deparar com algum
extremista ou qualquer manifestação mais violenta de racismo. Por isso,
Ruby passou todo o processo escoltada por policiais federais. Porém, ao
entrar na escola, Ruby deu de cara com um prédio vazio. E, em protesto
ao projeto, o corpo de professores da instituição se recusou a ministrar
as aulas nessa situação diferenciada e declarou que só iria dar aulas
às crianças brancas. Os pais também se mobilizaram e não levaram seus
filhos para a escola neste dia, se recusando a sujeitar seus filhos ao
contato com uma pessoa negra.
Somente uma professora daquela escola aceitou a situação e ficou
solitária nas dependências do prédio na chegada da nova aluna. E assim
fez, ministrando as aulas durante o ano inteiro, fazendo como se a
presença geral dos alunos seguisse em sua normalidade.
No fim do período do primeiro dia de aula, Ruby saiu escoltada por três
delegados armados e preparados, pois era de conhecimento geral a
multidão de 1.000 pessoas brancas em protesto na frente da escola,
gritando, ofendendo e cuspindo em cima da criança, em apoio ao racismo
estrutural e das leis de segregação, chegando a jurar várias vezes à
morte de Ruby.
Porém, a menina não perdeu a postura de coragem pelo feito histórico. É
registrado que o delegado federal Charles Burks destacou em sua fala a
coragem da menina: "Ela mostrou muita coragem. Ela nunca chorou. Ela não
choramingou. Ela só marchava como um pequeno soldado, e nós estamos
todos muito, muito orgulhosos dela".
As lutas contra a segregação duraram anos nos EUA e foi necessária muita
luta pelo fim do sistema violento e racista que separava os brancos dos
negros em um esquema que claramente visava prejudicar a população negra
do país e subjugá-la à suposta inferioridade. É claro que a história
destacou os nomes de Martin Luther King e Malcolm X nas
lutas pelos direitos civis, mas muita gente esteve presente contra o
racismo da população mais poderosa dos EUA e a favor da igualdade.
Na
época em que era proibido que negros compartilhassem espaços com
brancos, essa estudante deu o primeiro passo para a escola multirracial
Desde a abolição da escravidão, no século XIX, os EUA possuem um
problema relativo à questão racial. Assim como foi na África do Sul e
quase aconteceu no Brasil, os EUA possuíam um sistema legal estruturado
que obrigava a separação de espaços para pessoas brancas, nos centros
urbanos, e negros, nas periferias.
As praças eram destinadas para grupos específicos, baseados em cor. Os
bebedouros eram separados. Havia delimitações policiais dentro dos
ônibus para a segregação. E as escolas não eram diferentes: havia
escolas para pessoas brancas e escolas para pessoas negras (normalmente,
de pior qualidade). O regime de segregação racial, ou apartheid, era
uma política oficial de estado e começou a ser abertamente questionado
pelos movimentos de direitos civis nos anos 1950 e 1960.
Um dos
primeiros casos de tentativas oficiais de mudar o sistema
segregacionista foi implantado no estado da Louisiana: foi arquitetado
um projeto do governo federal de entrada de alunos negros nas escolas de
educação infantil, numa tentativa de acabar com a segregação na
educação. Houve uma primeira tentativa, que tinha que lidar não somente
com a estrutura legal da segregação, mas também com a resistência das
pessoas que, interiorizado o racismo e a defesa da segregação, se
negavam a aceitar o projeto de integração entre pessoas brancas e
negras.
Os ônibus tinham separações e o fundo era reservado aos negros
A primeira tentativa deste projeto ficou a cargo da pequena Ruby
Bridges, uma garota negra de 6 anos de idade e que foi a primeira
criança negra dos EUA a estudar oficialmente em uma escola destinada a
crianças brancas.
Ruby, então, se dirigiu à escola William Frantz, em Nova Orleans, no dia
14 de novembro de 1960. É claro que o projeto e a participação de Ruby
exigiu uma coragem destacada, pois sua própria vida e a integridade
física estavam em risco com a situação, que poderia se deparar com algum
extremista ou qualquer manifestação mais violenta de racismo. Por isso,
Ruby passou todo o processo escoltada por policiais federais. Porém, ao
entrar na escola, Ruby deu de cara com um prédio vazio. E, em protesto
ao projeto, o corpo de professores da instituição se recusou a ministrar
as aulas nessa situação diferenciada e declarou que só iria dar aulas
às crianças brancas. Os pais também se mobilizaram e não levaram seus
filhos para a escola neste dia, se recusando a sujeitar seus filhos ao
contato com uma pessoa negra.
Somente uma professora daquela escola aceitou a situação e ficou
solitária nas dependências do prédio na chegada da nova aluna. E assim
fez, ministrando as aulas durante o ano inteiro, fazendo como se a
presença geral dos alunos seguisse em sua normalidade.
No fim do período do primeiro dia de aula, Ruby saiu escoltada por três
delegados armados e preparados, pois era de conhecimento geral a
multidão de 1.000 pessoas brancas em protesto na frente da escola,
gritando, ofendendo e cuspindo em cima da criança, em apoio ao racismo
estrutural e das leis de segregação, chegando a jurar várias vezes à
morte de Ruby.
Porém, a menina não perdeu a postura de coragem pelo feito histórico. É
registrado que o delegado federal Charles Burks destacou em sua fala a
coragem da menina: "Ela mostrou muita coragem. Ela nunca chorou. Ela não
choramingou. Ela só marchava como um pequeno soldado, e nós estamos
todos muito, muito orgulhosos dela".
As lutas contra a segregação duraram anos nos EUA e foi necessária muita
luta pelo fim do sistema violento e racista que separava os brancos dos
negros em um esquema que claramente visava prejudicar a população negra
do país e subjugá-la à suposta inferioridade. É claro que a história
destacou os nomes de Martin Luther King e Malcolm X nas
lutas pelos direitos civis, mas muita gente esteve presente contra o
racismo da população mais poderosa dos EUA e a favor da igualdade.
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