Artesão de Jundiaí transforma garrafas pet que seriam descartadas em obras de arte


Artesão de Jundiaí transforma garrafas pet que seriam descartadas em obras de arte

Em 14 anos já foram produzidas cerca de três mil peças com matéria-prima reciclada. Claudinei Roberto Nanzi usa de 300 a 500 garrafas pet todo mês.

O que você tem feito para contribuir com o meio ambiente? Consciente de sua responsabilidade como cidadão, há 14 anos o artesão Claudinei Roberto Nanzi, de Jundiaí (SP), passou a transformar garrafas pet que seriam descartadas nas ruas em obras de arte.


Após mais de 40 anos trabalhando com madeira, Nei decidiu trocar de matéria-prima motivado pelo que definiu como "um pouco de indignação misturado com culpa".

"Uma época fiquei um ano em Rondônia e lá eu vi as atrocidades que eram feitas para se extrair a madeira. Hoje tem manejo, selo verde. Ainda está longe do ideal, mas há 30, 40 anos era terrível, muito ruim. Voltei com muita culpa e com vontade de mudar de lado", conta.

Após mais de 40 anos trabalhando com madeira, Nei decidiu trocar de matéria-prima

Foi então que o artesão, hoje com 63 anos, começou a reparar na quantidade de garrafas pet jogadas dentro de rios e galerias pluviais por falta de consciência das pessoas e pelos baixos valores pagos a quem vende o material.

Para ajudar a reverter a situação, Nei começou a fazer artesanato com pet como forma de brincadeira, mas, aos poucos, foi pegando gosto pela coisa e as pessoas passaram a entender a proposta dele. Tanto é que, de lá para cá, já foram produzidas cerca de três mil peças.


Além das garrafas recuperadas pelo próprio artesão em dias de coleta de lixo, algumas são deixadas na casa dele por outros moradores. "Os vizinhos antigamente me chamavam, agora jogam no meu jardim. Eu ouço o barulho, vou lá e tem um monte de garrafa no quintal", brinca.

"As que me dão mais prazer de transformar são aquelas que eu chamo de 'garrafas de área de risco', porque elas estão prestes a cair dentro de uma galeria de água pluvial ou dentro de um córrego. Quando vão virar um problema, eu faço a captação e transformo em arte."

Artesão tenta aproveitar a anatomia da garrafa e a personalidade do fabricante

Processo de criação

O processo de criação das obras começa com a ideia do que será reproduzido. Nesta etapa, Nei tenta aproveitar a anatomia da garrafa e a personalidade do fabricante. "Cada modelo me inspira em algum animal, santo, objeto ou símbolo", comenta.

Para estilizar as peças são utilizados uma tesoura, um ferro de solda que vai na tomada, um pincel e uma bomba manual, além de algumas ferramentas criadas pelo próprio artesão. Tinta, purpurina, papel camurça e cola complementam o trabalho.


Nei conta que usa de 300 a 500 garrafas pet todo mês. Para fazer uma coruja, por exemplo, são necessárias duas garrafas, enquanto um Dom Quixote leva de quatro a cinco garrafas e uma Nossa Senhora Aparecida precisa de basicamente duas garrafas.

Segundo o artesão, o custo de material é quase zero e o que define o valor das peças é o tempo gasto para produzi-las.

"Uma coruja custa R$ 20, porque consigo fazer seis ou mais em um dia, Nossa Senhora de R$ 50 a 60, dependendo dos detalhes e da complexidade, Dom Quixote R$ 80 e máscara de teatro R$ 15", lista.

O que define o valor das peças é o tempo gasto para produzi-las
Consciência socioambiental

Ainda este ano (2019), Nei afirma que vai participar de uma feira cultural em Santana do Parnaíba (SP) e pretende fazer uma oficina de artesanato em Barueri (SP).

Além de trabalhar por conta própria, ele faz parte de um grupo de artesãos de São Paulo, que realiza oficinas, workshops e exposições para conscientizar a população.


"Mais do que a ideia da arte e da reciclagem, eu uso o meu trabalho como material didático, como facilitador para tentar convencer as pessoas a reciclarem, a se preocuparem mais com o meio ambiente, gerando consciência socioambiental", diz.

"As garrafas não são tão descartáveis assim, dá para se produzir muita coisa com elas. A ideia é justamente agregar valor e também gerar habilidade manual, emprego e renda."

As obras são vendidas em feiras de artesanato que a prefeitura promove e na própria casa do artista, que fica na Avenida Nações Unidas, 329, na Vila São Paulo.

Obras são vendidas em feiras de artesanato e na própria casa do artista
"Eu falo que eu ganho dinheiro 'no mole', porque eu me divirto, me distraio e ainda vendo. A nossa arte é sustentável, porque a nossa matéria-prima são os resíduos da atividade humana nas áreas urbanas. Nós pegamos esses resíduos abandonados nas ruas e transformamos em arte", completa.



Artesão de Jundiaí transforma garrafas pet que seriam descartadas em obras de arte

Em 14 anos já foram produzidas cerca de três mil peças com matéria-prima reciclada. Claudinei Roberto Nanzi usa de 300 a 500 garrafas pet todo mês.

O que você tem feito para contribuir com o meio ambiente? Consciente de sua responsabilidade como cidadão, há 14 anos o artesão Claudinei Roberto Nanzi, de Jundiaí (SP), passou a transformar garrafas pet que seriam descartadas nas ruas em obras de arte.


Após mais de 40 anos trabalhando com madeira, Nei decidiu trocar de matéria-prima motivado pelo que definiu como "um pouco de indignação misturado com culpa".

"Uma época fiquei um ano em Rondônia e lá eu vi as atrocidades que eram feitas para se extrair a madeira. Hoje tem manejo, selo verde. Ainda está longe do ideal, mas há 30, 40 anos era terrível, muito ruim. Voltei com muita culpa e com vontade de mudar de lado", conta.

Após mais de 40 anos trabalhando com madeira, Nei decidiu trocar de matéria-prima

Foi então que o artesão, hoje com 63 anos, começou a reparar na quantidade de garrafas pet jogadas dentro de rios e galerias pluviais por falta de consciência das pessoas e pelos baixos valores pagos a quem vende o material.

Para ajudar a reverter a situação, Nei começou a fazer artesanato com pet como forma de brincadeira, mas, aos poucos, foi pegando gosto pela coisa e as pessoas passaram a entender a proposta dele. Tanto é que, de lá para cá, já foram produzidas cerca de três mil peças.


Além das garrafas recuperadas pelo próprio artesão em dias de coleta de lixo, algumas são deixadas na casa dele por outros moradores. "Os vizinhos antigamente me chamavam, agora jogam no meu jardim. Eu ouço o barulho, vou lá e tem um monte de garrafa no quintal", brinca.

"As que me dão mais prazer de transformar são aquelas que eu chamo de 'garrafas de área de risco', porque elas estão prestes a cair dentro de uma galeria de água pluvial ou dentro de um córrego. Quando vão virar um problema, eu faço a captação e transformo em arte."

Artesão tenta aproveitar a anatomia da garrafa e a personalidade do fabricante

Processo de criação

O processo de criação das obras começa com a ideia do que será reproduzido. Nesta etapa, Nei tenta aproveitar a anatomia da garrafa e a personalidade do fabricante. "Cada modelo me inspira em algum animal, santo, objeto ou símbolo", comenta.

Para estilizar as peças são utilizados uma tesoura, um ferro de solda que vai na tomada, um pincel e uma bomba manual, além de algumas ferramentas criadas pelo próprio artesão. Tinta, purpurina, papel camurça e cola complementam o trabalho.


Nei conta que usa de 300 a 500 garrafas pet todo mês. Para fazer uma coruja, por exemplo, são necessárias duas garrafas, enquanto um Dom Quixote leva de quatro a cinco garrafas e uma Nossa Senhora Aparecida precisa de basicamente duas garrafas.

Segundo o artesão, o custo de material é quase zero e o que define o valor das peças é o tempo gasto para produzi-las.

"Uma coruja custa R$ 20, porque consigo fazer seis ou mais em um dia, Nossa Senhora de R$ 50 a 60, dependendo dos detalhes e da complexidade, Dom Quixote R$ 80 e máscara de teatro R$ 15", lista.

O que define o valor das peças é o tempo gasto para produzi-las
Consciência socioambiental

Ainda este ano (2019), Nei afirma que vai participar de uma feira cultural em Santana do Parnaíba (SP) e pretende fazer uma oficina de artesanato em Barueri (SP).

Além de trabalhar por conta própria, ele faz parte de um grupo de artesãos de São Paulo, que realiza oficinas, workshops e exposições para conscientizar a população.


"Mais do que a ideia da arte e da reciclagem, eu uso o meu trabalho como material didático, como facilitador para tentar convencer as pessoas a reciclarem, a se preocuparem mais com o meio ambiente, gerando consciência socioambiental", diz.

"As garrafas não são tão descartáveis assim, dá para se produzir muita coisa com elas. A ideia é justamente agregar valor e também gerar habilidade manual, emprego e renda."

As obras são vendidas em feiras de artesanato que a prefeitura promove e na própria casa do artista, que fica na Avenida Nações Unidas, 329, na Vila São Paulo.

Obras são vendidas em feiras de artesanato e na própria casa do artista
"Eu falo que eu ganho dinheiro 'no mole', porque eu me divirto, me distraio e ainda vendo. A nossa arte é sustentável, porque a nossa matéria-prima são os resíduos da atividade humana nas áreas urbanas. Nós pegamos esses resíduos abandonados nas ruas e transformamos em arte", completa.



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