Nicole Rodrigues - Escola Municipal José Maria Alkmin
Acreditar é o primeiro passo para conseguir. Essa
foi a mensagem transmitida pela professora Terezinha L. da Silva e a
aluna Nicole Rodrigues Florentino, 11 anos, finalista na 6ª Edição da
Olimpíada de Língua Portuguesa idealizada pelo Ministério da Educação e
pelo grupo Itaú Social, e integrante do programa do governo “Escrevendo o Futuro”, o qual é coordenado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
O local? Venda Nova, em Belo Horizonte. Novamente, uma instituição
pública de educação da Regional aparece no cenário nacional
representando todo o estado de Minas Gerais. Nesta ocasião, foi a vez da
Escola Municipal José Maria Alkmin, no Bairro Serra Verde, orgulhar os
mineiros com o feito de sua aluna e docente.Hábito entre professoras
A professora Terezinha faz parte da coordenação da escola e, quando
necessário, substitui docentes ausentes. Como metodologia, busca sempre
trazer frases memoráveis de escritores para introduzir as aulas, o que
auxilia na inserção da literatura no cotidiano das discentes.
Natural da cidade de Guindoval, próximo a Viçosa, na Zona da Mata,
Terezinha graduou em Letras em 1989, em Ubá. Em 1990, começou a dar
aulas de Língua Portuguesa pela rede estadual e chegou em Venda Nova em
2003, acompanhando o esposo. Desde 2015, leciona na Escola Municipal
José Maria Alkmin.
Nas dificuldades do dia a dia, Terezinha aponta a relação com alunos que
sofrem com problemas pessoais. Ela conta que o maior fator de
interferência no aprendizado são as inconsistências enfrentadas pelos
alunos em suas próprias casas, as quais refletem em um desempenho aquém
no meio estudantil. “Nós precisamos tratar esses alunos com mais
cuidado. Muitos ainda me chamam de ‘tia’”, diz a professora.
Nicole e professora Terezinha – Escola Municipal José Maria Alkmin
Outro hábito da docente é cumprir a risca suas obrigações, todavia, sem
deixar de buscar oportunidades diferentes para seus alunos. Em 2010, ela
foi tutora de um aluno no primeiro ano no Ensino Médio na Escola
Estadual Antenor Pessoa, no Bairro Jardim dos Comerciários. À época,
inscreveu o discente João Paulo na Olimpíada de Língua Portuguesa e
alçaram o lugar de semifinalistas na categoria crônica.
Neste início de novembro, a atividade com concursos trouxe bons
resultados outra vez. Agora, com o poema da aluna Nicole, que está
classificado como um dos 28 finalistas nacionais da 6ª Edição da mesma
Olimpíada.
O encanto de Nicole
A grande autora homenageada nesta edição da Olimpíada de Língua
Portuguesa é Conceição Evaristo — escritora de literatura
afro-brasileira. A temática indicada para os textos participantes foi “O
lugar onde vivo”.
Quando a chance surgiu, Nicole pensou: “gente, participo ou não? Quer
saber?! Vou participar!”. Como é aluna do quinto ano do fundamental, o
gênero textual em que deveria escrever seria poema.
O gênero é dividido em estrofes e versos, os quais foram trabalhados com
orientação da professora Terezinha. Nicole escreveu sobre as coisas
belas que vê em Belo Horizonte, mas também sobre as mazelas sociais que
encontra quando passeia com a mãe pelo Hipercentro.
Ela distribuiu o poema em estrofes de quatro, três e cinco versos,
quadras, tercetos e quintilhas, respectivamente. No quesito rima, Nicole
foi criativa no uso da fonética e ritmo.
Todos esses atributos culminaram no poema de título “Da janela de
Minas”, o qual, na primeira etapa, foi selecionado entre os diversos
textos da escola; passou para a etapa municipal, em que também venceu.
Superou outros(as) três amigos(as) concorrentes na etapa estadual e,
agora, conquistou a fase regional, passando a ser uma das 28 obras
finalistas da etapa nacional.
Nicole diz que ainda não acredita na repercussão, mas está muito feliz.
Nesta última semana, em que precisou ir a São Paulo para fazer oficinas
junto com a professora, ficou encantada com o passeio. “Eu nunca tinha
saído de Minas e nem viajado de avião. Foi maravilhoso”, declarou a
aluna.
O peso de ser a única representante de Minas Gerais virou orgulho para
toda a família da garota, que disse ter o hábito de escrever apenas para
si, mas com as conquistas, pensa em continuar no caminho da Língua
Portuguesa.
“Acredito muito que a Nicole vai
trazer a medalha de ouro. Ela concorrerá com os nordestinos, os quais
admiro muito e são sempre fantásticos, mas o poema está muito bem
estruturado”, diz a professora Terezinha.
A final da Olimpíada de Língua Portuguesa acontecerá no dia 28 de
novembro e a premiação ocorrerá no dia 9 de dezembro. Caso o poema
consiga vencer, será mais uma medalha para o estado de Minas Gerais, mas
será a primeira da vida de Nicole.
O poema
“Da janela de Minas”
Nicole Rodrigues (5MC)
Da janela de minha casa,
Vejo um belo horizonte.
Que lugar maravilhoso!
Aqui é um lugar esplêndido
De se viver, curtir e divertir.
Vejo um belo horizonte.
Que lugar maravilhoso!
Aqui é um lugar esplêndido
De se viver, curtir e divertir.
Da janela de minha casa,
Vejo turistas curiosos,
Com um olhar fascinante,
Admirando nossa
Pampulha exuberante.
Vejo turistas curiosos,
Com um olhar fascinante,
Admirando nossa
Pampulha exuberante.
Da janela de minha casa,
Vejo um delicioso feijão tropeiro,
Digno de um mineiro,
Tão bom quanto o seu cheiro.
Vejo um delicioso feijão tropeiro,
Digno de um mineiro,
Tão bom quanto o seu cheiro.
Da janela de minha casa,
Vejo belos museus ordenados,
Com nosso passado
Muito bem guardado.
Vejo belos museus ordenados,
Com nosso passado
Muito bem guardado.
Da janela de minha casa,
Vejo cintilantes cachoeiras,
Onde nadamos e nos refrescamos.
Vejo cintilantes cachoeiras,
Onde nadamos e nos refrescamos.
Da janela de minha casa,
Vejo tanto desemprego,
Assombrando nossa gente,
Que é honesta e decente.
Vejo tanto desemprego,
Assombrando nossa gente,
Que é honesta e decente.
Da janela de minha casa,
Vejo crianças sem cama,
Sem casa e sem comida.
Vejo crianças sem cama,
Sem casa e sem comida.
Da janela de minha casa,
Vejo lágrimas tristes escorrendo,
Pelo rosto de quem perdeu
Um ente querido
Na barragem que se rompeu.
Vejo lágrimas tristes escorrendo,
Pelo rosto de quem perdeu
Um ente querido
Na barragem que se rompeu.
Da janela de minha casa,
Vejo a realidade de nossa sociedade,
Gente que não tem nada,
Mas ainda resta a fé.
Vejo a realidade de nossa sociedade,
Gente que não tem nada,
Mas ainda resta a fé.
Da janela da minha casa,
Vejo quase tudo…
Só aguardo a justiça,
A solidariedade e a honestidade
Serem feitas para vivermos
em igualdade.
Essa é a mais pura verdade.
Vejo quase tudo…
Só aguardo a justiça,
A solidariedade e a honestidade
Serem feitas para vivermos
em igualdade.
Essa é a mais pura verdade.
Nicole Rodrigues - Escola Municipal José Maria Alkmin
Acreditar é o primeiro passo para conseguir. Essa
foi a mensagem transmitida pela professora Terezinha L. da Silva e a
aluna Nicole Rodrigues Florentino, 11 anos, finalista na 6ª Edição da
Olimpíada de Língua Portuguesa idealizada pelo Ministério da Educação e
pelo grupo Itaú Social, e integrante do programa do governo “Escrevendo o Futuro”, o qual é coordenado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
O local? Venda Nova, em Belo Horizonte. Novamente, uma instituição
pública de educação da Regional aparece no cenário nacional
representando todo o estado de Minas Gerais. Nesta ocasião, foi a vez da
Escola Municipal José Maria Alkmin, no Bairro Serra Verde, orgulhar os
mineiros com o feito de sua aluna e docente.Hábito entre professoras
A professora Terezinha faz parte da coordenação da escola e, quando
necessário, substitui docentes ausentes. Como metodologia, busca sempre
trazer frases memoráveis de escritores para introduzir as aulas, o que
auxilia na inserção da literatura no cotidiano das discentes.
Natural da cidade de Guindoval, próximo a Viçosa, na Zona da Mata,
Terezinha graduou em Letras em 1989, em Ubá. Em 1990, começou a dar
aulas de Língua Portuguesa pela rede estadual e chegou em Venda Nova em
2003, acompanhando o esposo. Desde 2015, leciona na Escola Municipal
José Maria Alkmin.
Nas dificuldades do dia a dia, Terezinha aponta a relação com alunos que
sofrem com problemas pessoais. Ela conta que o maior fator de
interferência no aprendizado são as inconsistências enfrentadas pelos
alunos em suas próprias casas, as quais refletem em um desempenho aquém
no meio estudantil. “Nós precisamos tratar esses alunos com mais
cuidado. Muitos ainda me chamam de ‘tia’”, diz a professora.
Nicole e professora Terezinha – Escola Municipal José Maria Alkmin
Outro hábito da docente é cumprir a risca suas obrigações, todavia, sem
deixar de buscar oportunidades diferentes para seus alunos. Em 2010, ela
foi tutora de um aluno no primeiro ano no Ensino Médio na Escola
Estadual Antenor Pessoa, no Bairro Jardim dos Comerciários. À época,
inscreveu o discente João Paulo na Olimpíada de Língua Portuguesa e
alçaram o lugar de semifinalistas na categoria crônica.
Neste início de novembro, a atividade com concursos trouxe bons
resultados outra vez. Agora, com o poema da aluna Nicole, que está
classificado como um dos 28 finalistas nacionais da 6ª Edição da mesma
Olimpíada.
O encanto de Nicole
A grande autora homenageada nesta edição da Olimpíada de Língua
Portuguesa é Conceição Evaristo — escritora de literatura
afro-brasileira. A temática indicada para os textos participantes foi “O
lugar onde vivo”.
Quando a chance surgiu, Nicole pensou: “gente, participo ou não? Quer
saber?! Vou participar!”. Como é aluna do quinto ano do fundamental, o
gênero textual em que deveria escrever seria poema.
O gênero é dividido em estrofes e versos, os quais foram trabalhados com
orientação da professora Terezinha. Nicole escreveu sobre as coisas
belas que vê em Belo Horizonte, mas também sobre as mazelas sociais que
encontra quando passeia com a mãe pelo Hipercentro.
Ela distribuiu o poema em estrofes de quatro, três e cinco versos,
quadras, tercetos e quintilhas, respectivamente. No quesito rima, Nicole
foi criativa no uso da fonética e ritmo.
Todos esses atributos culminaram no poema de título “Da janela de
Minas”, o qual, na primeira etapa, foi selecionado entre os diversos
textos da escola; passou para a etapa municipal, em que também venceu.
Superou outros(as) três amigos(as) concorrentes na etapa estadual e,
agora, conquistou a fase regional, passando a ser uma das 28 obras
finalistas da etapa nacional.
Nicole diz que ainda não acredita na repercussão, mas está muito feliz.
Nesta última semana, em que precisou ir a São Paulo para fazer oficinas
junto com a professora, ficou encantada com o passeio. “Eu nunca tinha
saído de Minas e nem viajado de avião. Foi maravilhoso”, declarou a
aluna.
O peso de ser a única representante de Minas Gerais virou orgulho para
toda a família da garota, que disse ter o hábito de escrever apenas para
si, mas com as conquistas, pensa em continuar no caminho da Língua
Portuguesa.
“Acredito muito que a Nicole vai
trazer a medalha de ouro. Ela concorrerá com os nordestinos, os quais
admiro muito e são sempre fantásticos, mas o poema está muito bem
estruturado”, diz a professora Terezinha.
A final da Olimpíada de Língua Portuguesa acontecerá no dia 28 de
novembro e a premiação ocorrerá no dia 9 de dezembro. Caso o poema
consiga vencer, será mais uma medalha para o estado de Minas Gerais, mas
será a primeira da vida de Nicole.
O poema
“Da janela de Minas”
Nicole Rodrigues (5MC)
Da janela de minha casa,
Vejo um belo horizonte.
Que lugar maravilhoso!
Aqui é um lugar esplêndido
De se viver, curtir e divertir.
Vejo um belo horizonte.
Que lugar maravilhoso!
Aqui é um lugar esplêndido
De se viver, curtir e divertir.
Da janela de minha casa,
Vejo turistas curiosos,
Com um olhar fascinante,
Admirando nossa
Pampulha exuberante.
Vejo turistas curiosos,
Com um olhar fascinante,
Admirando nossa
Pampulha exuberante.
Da janela de minha casa,
Vejo um delicioso feijão tropeiro,
Digno de um mineiro,
Tão bom quanto o seu cheiro.
Vejo um delicioso feijão tropeiro,
Digno de um mineiro,
Tão bom quanto o seu cheiro.
Da janela de minha casa,
Vejo belos museus ordenados,
Com nosso passado
Muito bem guardado.
Vejo belos museus ordenados,
Com nosso passado
Muito bem guardado.
Da janela de minha casa,
Vejo cintilantes cachoeiras,
Onde nadamos e nos refrescamos.
Vejo cintilantes cachoeiras,
Onde nadamos e nos refrescamos.
Da janela de minha casa,
Vejo tanto desemprego,
Assombrando nossa gente,
Que é honesta e decente.
Vejo tanto desemprego,
Assombrando nossa gente,
Que é honesta e decente.
Da janela de minha casa,
Vejo crianças sem cama,
Sem casa e sem comida.
Vejo crianças sem cama,
Sem casa e sem comida.
Da janela de minha casa,
Vejo lágrimas tristes escorrendo,
Pelo rosto de quem perdeu
Um ente querido
Na barragem que se rompeu.
Vejo lágrimas tristes escorrendo,
Pelo rosto de quem perdeu
Um ente querido
Na barragem que se rompeu.
Da janela de minha casa,
Vejo a realidade de nossa sociedade,
Gente que não tem nada,
Mas ainda resta a fé.
Vejo a realidade de nossa sociedade,
Gente que não tem nada,
Mas ainda resta a fé.
Da janela da minha casa,
Vejo quase tudo…
Só aguardo a justiça,
A solidariedade e a honestidade
Serem feitas para vivermos
em igualdade.
Essa é a mais pura verdade.
Vejo quase tudo…
Só aguardo a justiça,
A solidariedade e a honestidade
Serem feitas para vivermos
em igualdade.
Essa é a mais pura verdade.
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